Por (Daniel Rocha)

No dia 25/07/15, o secretário estadual de cultura, Jorge Portugal, esteve em Teixeira de Freitas para participar do último dia do 3º Encontro de Cordas do ICED (Instituto de Cultura, Educação e Desenvolvimento), que contou com a apresentação da Orquestra 9 de maio, que é fruto do projeto “Orquestrando o futuro”, o qual beneficia mais de duzentas crianças  brilhantemente orientadas pelo maestro Orley Silva. 

Tal como na segunda edição do encontro, realizada em 2014, os concertos de música clássica foram promovidos em diferentes pontos da cidade, inclusive na periferia onde o contato com a cultura musical erudita não é tão comum.

Este fato evidencia as posturas dos governos municipal e estadual de levarem aos bairros, e não apenas realizar no centro da cidade, programações e atividades culturais incentivadas e/ou financiadas por eles.

 Diante deste fato, duas questões muito instigantes surgem: a) Existe uma política de cultura para o centro e outra para periferia? e b) O que pensa os governantes sobre isso?

 O prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco, destacou, por meio de entrevista, que no contexto atual a prefeitura tem procurado integrar a sociedade, derrubar preconceitos e socializar espaços e meios sem estabelecer diferenciação entre a cultura do centro e a cultura da periferia.

 Segundo ele: “Não há distinção entre a cultura do centro e a cultura de periferia. Porém, há modos de vida e expectativas diferentes em relação à cultura. Na periferia ela assume um caráter reivindicatório, já no centro, está mais ligada aos padrões e normas de consumo. Milton Nascimento diz que o artista tem que ir onde o povo está. Se a maioria está nos bairros, nosso compromisso é levar até aos bairros, sem, com isso, deixar de pensar no centro. O centro é onde todos se encontram”.

 Pela segunda vez na cidade, o secretário de cultura, Jorge Portugal, chegou entusiasmado para conhecer o trabalho desenvolvido, em Teixeira de Freitas, pela Orquestra 9 de maio.

 O secretário Jorge Portugal respondeu às mesmas questões feitas ao prefeito, destacando que não existe cultura do centro e cultura da periferia. Mas sim, oportunidades e, por isso, promover a cultura e a inclusão são as melhores formas de superar as barreiras que há no cotidiano.

 “Eu sou daqueles que entende a arte e a cultura como instrumentos de transformação humana, e a primeira transformação que eu posso dar notícia é a minha própria vida que foi sofrendo transformações pelo processo cultural e pelo processo artístico. Levar esse tipo de expressão cultural e artística para a periferia, com o encontro de cordas, dará resultados daqui a cinco a seis anos. Portanto, não existe cultura do centro e da periferia; existem oportunidades,” destacou.

 A questão parece que ainda não foi esgotada, pois há muitos detalhes que precisam ser pensados e esclarecidos. A verdade é que a cultura ocorre independentemente ou não de financiamento ou espaço, pois ela sempre vai estar presente no nosso cotidiano, seja no modo de falar, comportar e se divertir. Seja no centro ou na periferia.

Foto: Secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal e Daniel Rocha

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