Por Erivan Augusto Santana*
A situação em que vivemos no Brasil atualmente, leva-nos a procurar as bases que sustentam a democracia e a organização da sociedade, notadamente no mundo ocidental. Ao longo da história, podemos mencionar a tradição grega, com seus valores filosóficos e democráticos, bem como a Revolução Francesa no século XVIII, com seus ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, culminando com o Iluminismo, que reivindicava um estado laico, democrático e humanista.
Na era moderna, o tema da responsabilidade social ganha cada vez mais destaque entre os intelectuais e acadêmicos, guardando uma estreita relação com o existencialismo de Sartre, que trazia no seu pensamento o valor da liberdade, porém associada a uma reflexão plena e amadurecida do ser, no sentido de mostrar que para cada ação há uma reação ou consequência.
Estas questões, de cunho comportamental e moral, podem ser perfeitamente aplicados em vários contextos sociais, como família, política, trânsito, meio ambiente e outros. No Brasil, estas questões nunca foram efetivamente discutidas ou estudadas. Simplesmente, copiamos o modelo de estado de outros países e adotamos aqui, inclusive com o conhecido desprezo que se tem pela história.
O resultado que colhemos então, é de um país desigual, violento e egoísta, sobretudo a partir das classes dominantes, com altos índices de corrupção.. A crise se instalou em todo o sistema politico e econômico, com graves consequências em áreas vitais do tecido social, como saúde e educação. É urgente e necessário que os temas da ética e da responsabilidade social sejam urgentemente colocados em pauta, independentemente de ideologias ou orientações político-partidárias.
Ademais, está mais do que na hora de nossa classe política se reinventar, com base em valores éticos e morais, além do necessário fortalecimento de nossas instituições, com clara divisão independente entre os poderes, sob pena do completo comprometimento do nosso projeto como nação.
* Erivan Augusto Santana
Professor, escritor e poeta
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