Por (Daniel Rocha ) Práticas assustadoras, perspectiva de um grande futuro. Veja como foi observado por alguns periódicos da época o processo de emancipação  política-administrativa da cidade de Teixeira de Freitas-BA. Processo que começa com uma consulta popular (plebiscito) no ano de 1984 e termina dali a um ano quando se realiza a primeira eleição para escolha do primeiro prefeito.

Em 1985, Teixeira de Freitas já havia se emancipado politicamente após o referido plebiscito, aguardava-se ansiosamente a realização da histórica eleição a fim de ser eleito o pioneiro prefeito, o que ocorreria em 16 de outubro de 1985.

Nesse contexto local que o jornalista Franklin de Queiroz registrou a perspectiva pós-emancipação para a revista Teixeira de Freitas – publicação comemorativa encomendada pelo banco do Nordeste recém chegado à cidade.

“Chegamos ao município em um momento decisivo de sua história, quando a população resolveu em plebiscito perder o título de “ O segundo maior povoado do mundo” para conquistar a emancipação administrativa e com ela se inscreve entre as dez maiores cidades do estado da Bahia (…)”

Na ocasião, em conversa com Wilson Alves de Brito, prefeito de Alcobaça, que cabia por lei Administrar a cidade até  a realização da primeira eleição municipal, registrou  o otimismo expresso em relação o futuro da cidade, como segue:

“ Quando cheguei aqui, a povoação não era nada. Só tinha uma casa coberta de telha. Todas as outras eram cobertas de palha ou de tabuinhas. Esta é uma região que promete bastante. Com a emancipação de Teixeira de Freitas vejo a nova cidade ocupando  a posição de “Capital” do extremo Sul da Bahia, região classificada, como o segundo polo graneleiro do Estado e a maior produtora de mamão do mundo”.

Menos ufanista, um ano depois o periódico paulista O Estado de São Paulo de 31 de outubro de 1985 noticiou um clima de terror e violência que ocorria na cidade durante a campanha eleitoral para escolha do primeiro prefeito, disputa acirrada entre Francistônio Pinto e Timóteo Brito.

“Duas pessoas já morreram durante a campanha eleitoral no recém-criado município  de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia e, para evitar uma nova onda de violência, ontem a juíza Neusa Maria Oliveira Nascimento requereu ao TRE baiano o envio de tropas federais à cidade no dia da eleição.”

Decorrido o processo eleitoral que logrou Timóteo Alves de Brito prefeito, o jornal local Extremo Sul Agora, de dezembro de 1985, dedicou a sua capa e quatro páginas ao resultado dessa eleição. Com o olhar pretensioso e discurso desenvolvimentista face às dificuldades econômicos do país e os desafios sociais da nova cidade, o fato foi noticiado da seguinte maneira:

“Graças às presenças de magistrados das comarcas do extremo sul e à chegada  providencial de reforços do Exército Brasileiros, a contagem transcorreu num clima de tranquilidade (…) Para que o desenvolvimento do mais novo Município baiano não se faça de forma desordenada, sem orientação, o prefeito, recém-eleito, achou por bem determinar a elaboração de um plano diretor para Teixeira de Freitas, plano que será traçados por técnicos urbanistas. Com o desenvolvimento planejado, Teixeira será , em breve, a grande metrópole do Extremo Sul Baiano”.

Uma constatação que parece confirmar as palavras do então prefeito Alcobacenses ditas  tão logo a nova cidade havia se emancipado.

Fontes e citações: 

BANCO DO NORDESTE, As origens. Teixeira de Freitas, Fortaleza – Ceará. Janeiro 1986.

Extremo Sul Agora. Teixeira de Freitas elege o seu primeiro prefeito.  Dezembro/1985. Mucuri/BA

O estado de São Paulo. Cidades baianas pedem tropas para a votação. Agência Estado. São Paulo/1985.

Daniel Rocha

Historiador, Pós-Graduado em História  cultura  e sociedade ( UNEB ), Cinéfilo e blogueiro criador do blog Tirabanha em 2010.

Contatos do WhatsApp: (73) 998118769

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