Por Daniel Rocha

A primeira greve geral de Teixeira de Freitas aconteceu em 15 de março de 1989, quando os sindicatos de todo o Brasil se uniram em prol do reajuste salarial e contra o congelamento dos preços dos produtos básicos e pelo fim do governo do peemedebista José Sarney.

Na época, os  sindicatos se reuniram na sede do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais ( STR ) de Teixeira de Freitas, e organizaram a paralisação de acordo com as instruções da Central Única dos Trabalhadores (CUT). 

“Em 1989 só havia a CUT de central sindical atuando nessa região, por isso os militantes eram de movimentos sociais ou dos sindicatos locais como os rurais, dos professores, dos comerciários, da construção civil, bancários. Dos movimentos religiosos, dos partidos de esquerda, do MST, ONGs e dos movimentos estudantis na mobilização da greve”. Destacou Manoel Messias, CUT-BA, em conversa, via WhatsApp.

Ainda de acordo com Messias, no dia da GREVE GERAL, quarenta militantes pernoitaram na sede do STR, em Teixeira de Freitas para, nas primeiras horas do dia 15 de março, orientar as ações. Com isso, às quatro horas da manhã, os boias-frias de Teixeira de Freitas cruzaram os braços sob as orientações das lideranças. Às 7 horas, foram às vezes dos trabalhadores da educação, do comércio, da construção civil e os bancários  parar  de forma voluntária as atividades.

Porém, houve pessoas que aderiram à greve e, com a intenção de quebrar a resistência, uma comissão foi criada pelos militantes como o objetivo de convencer os demais trabalhadores para a luta. Lembrou José Carlos Cabral de Carvalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio (SINDEC), na época, líder da comissão:

“No Centro, fechamos o comércio e, em seguida, recebemos o reforço dos trabalhadores que estavam na construção da URBIS […] Em 1989, a palavra de ordem era fechar, fechar e fechar e quando havia resistência, uma comissão adentrava as lojas e conversavam com os trabalhadores e os gerentes […]”. Em determinado momento, já não precisou fazer essa abordagem, porque a multidão protestava na porta e entendendo o recado, algumas lojas antecipavam o fechamento.”

Como resultado total, estima-se que a greve conseguiu mobilizar mais de trinta e cinco milhões de trabalhadores(as) em todo o Brasil. Diante dessa demonstração de força, o governo Sarney se viu obrigado a reconsiderar alguns pontos de suas reformas financeiras e ouvir as centrais sindicais e suas representações.

Depois de 1989, outras manifestações foram realizadas com sucesso em Teixeira de Freitas, como a paralisação dos trabalhadores da madeira em 1991, mas nenhuma marcou Teixeira de Freitas como a GREVE GERAL de 1989, que, apesar de não ter chegado aos sonhados 100% de adesão, foi a maior da história, conhecida na cidade.

Foto:  Acervo departamento de cultura 2016.

Daniel Rocha da Silva*

Historiador graduado  e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com

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