Por Daniel Rocha

Quando somos informados pela mídia sobre a reforma trabalhista o que ouvimos e vemos? A maioria divulgou que ela representa a modernização de uma lei arcaica que reformada vai contribuir para o crescimento econômico do país.

Porém não é o que se conclui quando a lei que permitiu a reforma é analisada por especialistas da área trabalhista e pelos representantes das instituições voltadas para defesa dos trabalhadores que ,em sua maioria, encontra-se, ainda, sem entender a gravidade da mudança na CLT.

Por esse motivo, e a fim de contribuir para o melhor esclarecimento sobre o assunto, o SINDIBANCÁRIOS, sindicatos dos bancários, e a AFES  organizou na noite da última quarta-feira (22/11) no auditório da UNEB Campus -X, palestra com o tema: A Reforma trabalhista e seus impactos.  

A palestra foi ministrada pelos jurisconsultos: Cláudio Andrade, advogado do Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia e Augusto Vasconcelos, presidente do Seeb da Bahia. O vereador Jonathan Molar (Solidariedade) também fez parte da atividade.

 

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Durante quatro horas os convidados expuseram aos trabalhadores, estudantes e sindicalistas e convidados, fatos e informações que geralmente não são destacados em alguns dos telejornais mais populares do país. A primeira palestra foi conduzida por Augusto Vasconcelos que destacou:

“Evidentemente que para tratar da reforma trabalhista levaria bastante tempo porque foram 127 artigos alterados na CLT (…) Não foi uma alteração qualquer. Não foi uma mudança cosmética (…) foi uma alteração profunda que já impacta na vida de todos as pessoas inclusive dos donos de empresas que sofrerão os danos da redução da massa salarial do país que já conta com mais pessoas ganhando e consumindo menos (…). Consequentemente essa queda da renda vai provocar a diminuição da venda e da saída dos estoques. A reforma trabalhista é um círculo vicioso que não resolve a crise do país, muito pelo contrário, agrava”.

A segunda palestra foi ministrada pelo  advogado Cláudio Andrade que de forma clara e simples denunciou:  

“Não vamos falar da repercussão da mídia que é grande, e nem da política que também é enorme, o  que devemos nos preocupar é  com a repercussão que a reforma  vai provocar no dia a dia do sujeito que sai de casa e passa a maior parte do seu dia dedicando sua energia e seu tempo ao trabalho (…) Trabalhadores que na maioria dos casos sobrevivem com salários sofríveis e tem que fazer malabarismo para garantir o pão e o feijão na mesa sem o conforto que deveria ter.”

 

Ao expressar preocupação com o famigerado discurso liberal e os recentes ataques aos direitos sociais e individuais dos trabalhadores Brasileiros, informou Cláudio:  

“A constituição de 1988 tem como objetivos a redução da pobreza e das desigualdades sociais, construir uma sociedade justa e igualitária (…) o legislador que votou pela reforma observou isso? Não (…). O objetivo da atual reforma não é reduzir a pobreza mais reduzir o custo para as empresas (…). Com a reforma essas negociações e os direitos dos trabalhadores serão flexibilizados, reduzidos ou suprimidos”.

 

Ao fim das exposições houve abertura para perguntas e debate das afirmações expostas que possibilitou novas leituras e olhares sobre a questão cujo entendimento geral aparenta contaminado pela perspectiva de alguns produtos da grande mídia, que geralmente pauta e interfere em tudo que se vê e ouve sobre o assunto.

 

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