Por Daniel Rocha

Até a década de 1970 o extremo sul da Bahia era uma região que recebia pouca atenção do estado.Sem acesso a energia elétrica cidades eram obrigadas a conviver com a escuridão e os precários geradores de energia, realidade que agradava os seresteiros e incomodava turistas.

Em 1971 noticiou um jornal de Nanuque (MG) que os veranistas que lotavam as praias de Alcobaça reclamavam constantemente contra a falta de luz na cidade que estava praticamente no escuro. Na época o então prefeito Amazias Barreto de Morais declarou que já havia feito de tudo para solucionar o problema, porém não havia  conseguido resolver a tempo  de atender a expectativa dos moradores e veranistas.

Naquele ano Alcobaça havia recebido ao menos 3 mil visitantes, boa parte do estado de Minas Gerais, trazidos por ex-moradores residentes no estado vizinho que além de fazer circular a economia popularizaram nos anos de 1950 e 1960 o hábito de usar a praia como espaço de lazer, para muitos dos moradores, pescadores, o mar era um lugar de trabalho.

O crescimento do número de turistas também pode ser associado a abertura de estradas e novas linhas de ônibus que passaram a circular com mais vigor a partir de 1968, período na região que tinha a cidade de Nanuque ( MG) como ” a capital”.

Segundo Fábio M. Said, inicialmente essa invasão de turistas mineiros provocou a ira dos nativos, porém com o tempo os mesmos perceberam que o turismo era algo positivo e  lucrativo para cidade. Dessa interação nasceu tradições de verão como a realização de bailes e serestas na praia e no Bar Brasil e favoreceu também o crescimento de eventos culturais tradicionalmente apresentados em locais com o da praça da Igreja Matriz.

Consequentemente, registrou o jornal mineiro em 1971, romantizando o problema, que um grupo de moradores  não se importavam muito com a falta de energia na cidade, muito pelo contrário, desejavam a escuridão. “Os seresteiros de Alcobaça não se importavam muito com a falta de luz elétrica durante a noite porque o que os interessava era as estrelas e o luar”, destacou.

Fontes:

SAID, Fabio Medeiros. História de Alcobaça – Bahia (1772-1958)

Daniel Rocha da Silva*

Historiador graduado  e Pós-graduando em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

jornal F.N 06/02/1971

Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com

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