A história das Américas mudou em 1519 com a chegada dos espanhóis e de Hernán Cortés e seus soldados nas terras tropicais da Mesoamérica, habitadas pelos astecas e outros povos nativos. A forma violenta e compromissada dos invasores desencadeou uma guerra entre culturas que pôs fim ao grandioso e rico Império Asteca.
Ao trazer diferentes perspectivas a série “Hernán: O Conquistador”, disponível na Amazon Prime Video, tenta fugir da conhecida versão dos vencedores e das narrativas maniqueístas, comum a esse tipo de produto, focando no ponto de vista oposto sobre a chegada dos colonizadores.
Dessa forma, a primeira temporada, considerando o contexto individual de cada personagem, traz oito episódios com diferentes pontos de vista: a do próprio Cortés, suas estratégias e percepção do momento, o olhar da índia Malinche, Marina, que serviu de tradutora para os invasores e a perspectiva do enigmático e “supersticioso” imperador asteca Moctecuzoma (Montezuma), dentre outros.
Com um aspecto visual interessante e locações e cenários fidedignos, a série também permite visualizar a cultura nos detalhes e grandiosidade dos templos de Tenochtitlan, a capital dos astecas que atiçou a cobiça dos espanhóis que buscavam uma lendária cidade repleta de ouro.
A ficção mostra aspectos já conhecido de Hernán Cortés, mas para além disso, uma necessidade de revisitar e adaptar a narrativa oficial para o público do presente que tem um olhar mais crítico em relação as ações dos colonizadores e busca saber mais sobre a versão dos colonizados, silenciados por todo esse tempo. Por isso, apesar do mérito, a série também deve ser vista como uma readaptação para os novos tempos de uma antiga versão. Teria sido mesmo Montezuma um supersticioso? Disponível no Amazon Prime.
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