Por Daniel Rocha
Em dezembro de 1968, insistentes e fortes chuvas atingiram o extremo sul da Bahia, e, dessa forma, o povoado de Teixeira de Freitas-BA. A constância do volume das águas abalou as frágeis estruturas de tráfego das estradas de rodagens e a agricultura dos moradores da parte rural. A morte de uma família chocou os teixeirenses e marcou a lembrança dos moradores.
Conforme relatou Ivanildo Ivo do Nascimento,83 anos, em entrevista ao colaborador Domingos Cajueiro Correia, em novembro de 2013, a enchente derrubou pontes e inundou às estradas de acesso à fazenda de propriedade da família, e obrigou os moradores ribeirinhos a mudar para a parte mais alta das terras.
Ainda conforme os relatos de Ivanildo Ivo, anotados pelo memorialista Domingos Cajueiro, na época da cheia do rio e das chuvas, ele trabalhava na construção da ponte sobre o rio Itanhém no trecho da BR-101 que passava pelo então povoado madeireiro. A ponte já estava pela metade e assim como a da fazenda Cascata, também destruída pela pressão da enchente atrasando ainda mais a conclusão. Na ponte da Cascata uma Balsa foi improvisada para fazer a travessia de carros e pessoas.
Todas essas perdas e acontecimentos marcaram a cidade, contudo, para o mineiro o mineiro Almir Santos, morador da cidade desde ano de 1968, foi um acidente que ocorreu durante a travessia de um automóvel na balsa sobre o rio Itanhém que mais chocou o povoado durante as enchentes de 1968.
Conforme suas lembranças, um carro, Rural Willys, que transportava um casal, três crianças e uma trabalhadora doméstica, caiu no rio cheio quando a balsa cedeu com o peso do carro. No sinistro morreram três crianças e a trabalhadora que viajava com a família,
Sobre isso, o senhor Libânio da Conceição, 78 anos, relatou em 2013 que o acidente aconteceu no local da ponte, próxima a fazenda Cascata, e foi de fato causado pela virada da balsa que na época era chamada pelos populares de “flutuante”.
“O acidente do jipe deixou todo mundo assustado porque ninguém tinha o costume de ver essas coisas”.
O acidente foi lembrado com menos detalhes por Alaíde Bonjardim e Marli Gomes ao trabalho monográfica, Cinema – Contribuições no Processo de Formação da Sociedade de Teixeira de Freitas nos anos de 1960, 1970 e 1980. A pesquisa às antigas moradoras,ao recordar a sociedade da época e lembranças dos períodos, contaram que a tragédia assustou o povoado de Teixeira de Freitas, e que no acidente só o motorista, chefe da família, escapou com vida.
Fontes Orais:
Benedito Libânio da Conceição,22/01/14. Isidro Alves do Nascimento 06/01/14. Ivanildo Ivo do Nascimento 11/2013. José Sérgio 05/13. Almir Santos.05/2013.
Daniel Rocha*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.
Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
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