Por Daniel Rocha
Na Copa do Mundo, realizada na França em 1998, a torcida local de Teixeira de Freitas, Bahia, fez uma notável festa na Praça da Prefeitura. A presença da torcida foi tão gigante que a festa foi observada por um jornal estadual, que não comentou para além do espetáculo.
Na tarde do dia 10 de julho de 1998, a seleção brasileira, então campeã do mundo, entrou em campo no estádio da cidade francesa Saint-Denis em busca do tão sonhado pentacampeonato.
Apesar da atuação ruim, no final o Brasil venceu por 2 a 1 a seleção escocesa, motivo suficiente para a Bahia explodir em uma tamanha festa e alegria, escreveu o jornal da época.
Ainda conforme o jornal, a torcida teixeirense tomou a praça da prefeitura em uma grande manifestação de alegria que durou até a madrugada. Mas para além da vitória, outros fatores também colaboraram para a reunião dos torcedores naquele local no centro da cidade.
No entorno da praça existiam os famosos trailers, como O Pilequinho, onde alguns torcedores costumavam sentar para lanchar, beber e assistir às partidas de futebol, trabalhadores e trabalhadoras do comércio que já tinham o costume de frequentar esse local na praça para assistir partidas de futebol do campeonato nacional ou simplesmente beber e se alegrar com os amigos.
Para além desses espaços, bares e restaurantes, como o Fino ‘s, também atraiam muitos torcedores em alguns horários. Na época, o lugar ofertava todo fim de tarde o happy hour, hora feliz, em inglês, aos moldes da tradição carioca e paulista. A partir das 18 horas, quando terminava o expediente comercial, o consumidor que bebesse três chopes pagava somente dois.
Além disso, nesse horário, era ofertado pizza da melhor qualidade, além de chopes especiais e até música ao vivo. O público do lugar era mais elitizado, trabalhadores de classe média e mais ricos que também já tinham o costume de procurar o lugar para diversão, encontros e comemorações.
Assim, esses espaços no entorno da praça, foram observados como o lugar de uma grande festa de comemoração da Copa de uma torcida marcada no cotidiano por diferenças sociais ocultas pelas bandeiras e camisas amarelas e carros a buzinarem pela avenida central.
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