Por Daniel Rocha
Aquele ditado latino “Tempora mutantur et nos mutamur in illis” – ou, em bom português, “Os tempos mudam e a gente muda com eles” – é daqueles que parecem ter saído de um papo de boteco, mas carregam uma sabedoria que atravessa séculos.
Ninguém sabe ao certo quem falou isso primeiro, mas rola uma suspeita de que o poeta romano Ovídio pode ter dado uma colher nessa ideia. Seja como for, o que importa é que a frase pega no pé uma verdade que a gente sabe, mas às vezes esquece: a vida é uma montanha-russa, e a gente tá nela querendo ou não.
E é aí que entra o estoicismo, aquela filosofia que parece que foi feita pra gente encarar os perrengues da vida sem surtar. Os estóicos, como Epicteto e Marco Aurélio, já pregavam que a gente não controla tudo – na verdade, controla quase nada.
O tempo passa, as coisas mudam, a sociedade vira de cabeça pra baixo, e a gente? Bem, a gente tem que se virar. Mas, calma, isso não é motivo pra desespero. Pelo contrário, é um chamado para encarar as mudanças de cabeça erguida.
Marco Aurélio, que além de imperador era um baita pensador, dizia uma coisa tipo: “Aquilo que não é bom para a colmeia, não pode ser bom para a abelha.” Em outras palavras, nossa evolução individual está intrinsecamente ligada ao todo. Quando o mundo muda, cabe a nós discernir como podemos crescer com essas mudanças, sem perder nossa essência moral.
Hoje em dia, a frase cai como uma luva. A gente vive num mundo que muda tão rápido que até dá tontura. Tecnologia nova a cada dia, clima maluco, sociedade em ebulição… É tanta coisa que às vezes a gente só quer dar uma pausa. Mas os estóicos lembram que a mudança não é o inimigo. Ela é só parte do jogo. A gente não precisa ter medo, só precisa aprender a jogar.
E aí, como a gente faz isso? Aceitando que a vida é feita de altos e baixos, mas que a gente pode escolher como encarar cada um deles. Então, se os tempos mudam e a gente muda com eles, que seja de um jeito que a gente possa olhar pra trás e pensar: “Fiz o melhor que pude.”

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