Por Daniel Rocha
A pioneira animação baiana, “Boi Aruá”, do artista plástico Chico Liberato, pode ser vista no Youtube. Produzido na década de 1980, o filme marcou uma época com seu pioneirismo, linguagem e visual original.
Conforme descrição, a animação narra a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto, quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.
A animação é uma adaptação da “cantoria” do escritor Elomar Figueira de Melo, Cantiga do Boi Encantado Aruá, livro que tinha entre seus fãs confesso o escritor Monteiro Lobato, que chegou a afirmar que trocaria toda sua obra infantil pelo “Boi Aruá”.
Além de sensibilidade cinematográfica, a animação tem a vantagem adicional de conseguir captar facilmente a atenção de quem assiste com uma narrativa aberta e livre, não impositiva e não padrão, que consegue conservar muito bem a raiz dos contos populares do interior da Bahia.
O ambiente representado e a maneira de ser de cada personagem encanta. Todos esses elementos mesclados com a linguagem popular e a boa trilha sonora prestam um excelente serviço a quem assiste ao trazer também a fala e oralidade da comunidade. Assim, o filme não só traz uma narrativa visual como também a essência de uma região. Qualidades e escolhas que dificilmente resistiriam ao filtro macro das fórmulas impositivas da indústria cultural globalizada.
Daniel Rocha da Silva*
Historiador graduado e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X. Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com
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