Por Daniel Rocha

Nos anos de antigamente, lá pelos idos de 1968, havia uma feira onde hoje é a Praça dos Leões. Foi naquele entorno que se instalou “a primeira” grande loja do então povoado de Teixeira de Freitas, Casa Bom Jesus, de propriedade do senhor Caitano, “pernambucano de Caruaru”, que já trabalhava com a venda de roupas e tecidos e resolveu investir no lugar carente de lojas do ramo.

A loja ficava próximo ao movimento da feira que atraía agricultores motivados a vender suas produções. Dentre estes o senhor Natalino A. Santos que no ano de 1968 ainda morava na Vila Marinha, hoje distrito do município.

Naquele ano de 1968 novas empresas de ônibus passaram a circular no povoado transportando gente de todas as  parte para Teixeira de Freitas aumentando o fluxo na feira, o ponto de embarque e desembarque de passageiros também ficava  naquelas imediações.

Contudo devido a falta de estradas de acesso, para chegar na feira ele tinha que vim de canoa pelo rio Itanhém onde vendiam produtos produzidos na roça da família como Banana e Mandioca e faturar fazendo apresentações artística. Com o irmão Jesuíno, Natalino formava uma dupla de violeiros “Noivo e Noivado.” 

 A primeira grande apresentação da dupla foi durante a inauguração da famosa loja Bom Jesus, que ficava na Avenida Marechal Castelo Branco onde hoje tem uma agência do Banco Bradesco. Por conta disso, contou Natalino, ficaram bem conhecidos por todos os moradores do lugar e da região circunvizinha que frequentava a feira. 

“Naquele tempo, o pessoal saía de Alcobaça, Caravelas e Juerana para comprar na feira da praça e todos paravam para ver a gente tocando…. O povo não tinha malvadeza, jogava o dinheiro dentro do violão. Era o dia todo cantando, juntava muita gente”.

Recorda que certa vez quando a feira funcionou por uns tempos onde hoje é a praça da Bíblia, houve uma festa onde diversas duplas regionais se apresentaram em um palco improvisado na carroceria de um caminhão.

O evento organizado gerou uma grande expectativa, pois além dos violeiros locais uma conhecida dupla de Nanuque, “Diogo e Dioguinho”, tinha presença confirmada no encontro.

Porém durante a apresentação a modo de viola da tão falada dupla mineira não agradou o público presente. Segundo o senhor Natalino, diante do fato, o povo exigiu: “Tira Diogo e Dioguinho e coloca “Noivo e Noivado” para cantar. A Gente gosta mais deles cantando do que estes que estão aí”. Diante do pedido não teve mais pra ninguém, só deu à moda cantada na inauguração da Casa Bom Jesus.

Daniel Rocha da Silva*

Historiador graduado  e Pós-graduando em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

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Fontes:

Natalino A. Santos

Jair de Freitas

Este texto foi publicado originalmente no site tirabanha no ano de 2013. Nessa republicação adicionamos novas informações ao texto, como o local da estação de ônibus.

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