Por Iara Pereira*

A busca das mulheres por equidade e respeito na sociedade se configura em uma causa que dura há séculos. Desde os primórdios quando as bruxas eram perseguidas na idade média, percorrendo pelo movimento que deu origem as sufragistas no século XIX, onde mulheres se uniram e foram às ruas protestar para garantir o direito ao voto, até a atualidade em que ainda nos deparamos com situações de preconceito e invisibilidade, é praticamente impossível dissociar os períodos pelos quais o poder feminino provocou incômodo ao lutar e alcançar importantes lugares na história da humanidade.

Lembrando que os conflitos referentes à estrutura patriarcal, condicionada a dominância do homem em diversos ramos da sociedade ao longo dos séculos, tem sido mais pautado nesta contemporaneidade, porque mulheres tem assumido seus lugares de fala e estão ganhando forças para que suas vozes ecoem aos quatro cantos do mundo e assim ocuparem lugares que são seus por direito. Esta situação, é um reflexo da problemática que gira em torno desse longo e desgastante processo da busca incansável pelos direitos que nem sempre lhes são atribuídos.

Claramente essa discussão não pode ser condicionada e enraizada a um mero discurso de problematização de uma pauta social e sim pelo tempo de espera que ocorreu até que mulheres pudessem exercer a liberdade de conseguir falar abertamente sobre suas necessidades, em como se sentem, o que esperam da vida que elas escolheram viver e também da oportunidade de fazerem suas próprias escolhas, sem que alguém do sexo oposto pudesse impedi-las ou censura-las. 

Para ilustrar melhor a desvalorização e trajetória da falta de reconhecimento que é atribuída aos méritos e conquistas femininas, apresento-lhes um fato ocorrido no Extremo Sul da Bahia, respectivamente na cidade de Teixeira de Freitas, no ano de 2008, onde um grupo de atletas da modalidade futsal, conquistaram o título de campeãs estadual, jogando contra a equipe da cidade de cidade de Cândido Sales – BA, numa goleada de 8×0 para o time teixeirense, ocorrida no ginásio de esportes, Antônio Imbassahy, do dia 26 de janeiro.

Fato esse que foi noticiado apenas por um Jornal local, apenas um, dentre os veículos de comunicação presentes na época. Vale ressaltar que apesar do feito, nenhuma imagem do time foi divulgada pela mídia naquele momento, algo que certamente desvalorizou o máximo empenho das jogadoras, que foram assistidas pelo então Hylberto Almeida, presidente da Federação Baiana de Futsal – FBFS.

Em suma, esse argumento retifica o fato de que o poder que as mulheres tem suas mãos, assusta e causa desconforto no conceito machista, uma vez que esse título poderia ganhar lugar de notoriedade e incentivo para que outras jovens da cidade, também pudessem ter o despertar e a oportunidade de ocupar mais espaços onde predominantemente são utilizados pelos homens. E assim compreender de uma vez por todas que o lugar da mulher é aonde ela quiser. 

*Iara Pereira de Jesus, discente do 8° semestre do curso de Letras Português e Literatura da Universidade Estadual da Bahia – UNEB X. Curiosa, observadora,  pensamento crítico e livre, aberta às discussões e boas oportunidades da vida.

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