Por Ailton Agente de Saúde
[…] Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
O poeta Eduardo Alves da Costa ao escrever este poema, parece, companheiros Agente Comunitário de Saúde, conhecer nossa situação. O governo quer silenciar-nos.Primeiro corta verbas da SAÚDE, depois veta nossos benefícios e tenta descaracterizar nossa profissão.
Agora, nobres colegas, em uma tentativa desesperada de diminuir nossa força, o governo anuncia o programa Criança Feliz e pretende criar uma nova atividade profissional, o agente comunitário paralelo, que realizará visitas às famílias que tenham crianças de 0 a 3 anos, ou seja, um novo cargo para a função que já exercemos.
Alegam não ter dinheiro para investir em nossa capacitação, mas querem contratar novos profissionais para fazer nosso trabalho. Fiquemos atentos. Querem calar nossa voz.
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