Por Erivan Santana

O advento da internet aliado ao progresso científico e tecnológico, tem provocado o que os estudiosos das ciências humanas denominam de “visão fragmentária do mundo”.

Cada vez mais, a socialização do conhecimento ocorre de forma fragmentada, acompanhando o ritmo frenético da chamada “pós-modernidade”, que pouco privilegia a reflexão e o exame crítico da realidade.

A televisão despeja imagens e as pessoas “zapeiam” de canal em canal. Nas escolas e universidades, salvo raras exceções, predominam “xerox” de trechos de livros, incluindo os clássicos de nossa literatura, onde se lê essencialmente o essencial, o que se estende também ao restante da sociedade.

As fontes de informação da grande maioria passa a ser apenas as notícias veiculadas em grupos de whatsapp e outras redes sociais, como o facebook, gerando um dos grandes problemas da atualidade: notícias com pouco ou nenhum aprofundamento e as chamadas “fakenews”.

Os pais entregam os filhos para as escolas e acreditam que com isso os estão educando. É rara a família em que existem momentos dedicados à leitura compartilhada, objetivando a formação de futuros leitores.

Por sua vez, os estudantes demonstram uma capacidade reduzida para argumentar com fundamento e quase não têm uma visão histórica ou processual do que está acontecendo, pois, como nos diz Eric Hobsbawm, para eles até a Guerra do Vietnã é pré-histórica, o que evidencia não apenas ignorância do passado, mas também falta de um senso de relação histórica.

Seguindo uma tradição que faz parte da cultura brasileira, os mais velhos são considerados improdutivos e ultrapassados , um peso para os familiares, como se não pudessem mais dizer ou ensinar algo aos mais novos.

É a “pós-modernidade”, dizem, e nela o que importa é o momento e o novo que aparece a todo instante, sem se saber ao certo de onde viemos e para onde estamos indo.

Erivan Santana
Professor, escritor e poeta

Compartilhar: