Por Erivan Augusto Santana

É sabido por todos, mesmo quem não é profissional ligado à educação, que grande parte dos problemas enfrentados pela escola estão relacionados a questões familiares. Ainda que questões de natureza  pedagógicas interfiram  no processo ensino-aprendizagem, no fundo, quando o discente não vai bem na escola, sempre há uma razão familiar envolvida.

A bem da verdade, a crise da família, como instituição agregadora da sociedade, é um dos males da sociedade moderna. As preocupações de ordem material, as mudanças bruscas ocorridas na moral e nos costumes – sem o devido preparo espiritual e emocional para tanto – deixam-nos um legado preocupante.

As pessoas estão deixando de serem importantes, estão sendo coisificadas. Em seu lugar, imperam a sociedade do espetáculo, do imediatismo, da diversão descompromissada, atingindo e influenciando os jovens de forma impactante.Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e da tecnologia, as formas de convivência foram profundamente alteradas.

O tempo de convivência entre as pessoas, no âmbito familiar, de forma mais íntima e interativa ficaram prejudicadas, havendo uma queda da qualidade desses relacionamentos.  Assim, os alunos chegam cada vez mais com deficiências diversas à escola, que se encontra sem a estrutura necessária para enfrentar os inúmeros problemas com que se depara no seu dia a dia.

É notório que a adoção de práticas pedagógicas progressistas e adequadas no âmbito escolar poderão ser de grande valia nos objetivos a que se propõe, como a inclusão social, a formação de leitores, a atuação cidadã plena.

 Mas tais objetivos somente serão alcançados com a participação da família, do comprometimento das políticas públicas e da sociedade, incluindo os meios de comunicação, pois a escola não está isolada do contexto social; na verdade, ela é um reflexo desta, e vice versa.

Artigo originariamente publicado no jornal A Tarde em 14/09/16

 

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