Por Erivan Augusto Santana

O filme Sociedade dos Poetas Mortos é um filme clássico do cinema moderno, de 1989, dirigido por Peter Weir e estrelado por Robin Williams (em memória), que faz o papel de um inovador professor de literatura, John Keating, em um tradicional colégio interno, a Academia Welton, nos Estados Unidos de 1959.

Nesta escola, as disciplinas ligadas à área de Linguagens e Humanas são desprezadas, reconhecidas como de menor valor, o que está relacionado ao que a alta sociedade americana realmente valoriza, carreiras que proporcionem status social, fama e poder, questões que mais tarde são questionadas no filme, quando um dos alunos se interessa pela carreira artística, gerando um dos dramas presentes na obra.

O professor Keating apresenta-se como criativo e inovador, elevando a literatura a um patamar superior do conhecimento, numa perspectiva artística, sociológica e mesmo filosófica, levando os alunos a adquirirem uma forma livre, questionadora e espontânea no modo de pensar. Neste sentido, a película cinematográfica é extremamente atual, nestes tempos de visão única e majoritária, onde predominam os valores dos grandes meios de comunicação e das classes dominantes. É o que temiam os filósofos da Escola de Frankfurt, entre eles Adorno e Habermas, para quem a racionalidade tecnológica do mundo moderno poderia levar a uma nova forma de dominação cultural.

Desta forma, a Educação tem uma função extremamente relevante, qual seja a formação de cidadãos com uma leitura crítica e ampla de mundo, fato que tem uma sintonia íntima com o filme Sociedade dos Poetas Mortos, um exemplo de que a arte pode ser útil e instrutiva, e não somente diversão, fato hoje predominante na indústria cinematográfica e cultural de um modo geral. Uma clara demonstração de que precisamos das artes e da literatura, nesses tempos tão obscuros.

 

Artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, em 14/11/16

 

 

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