Por Daniel Rocha

Praça da antiga prefeitura de Teixeira de Freitas, quantas histórias escondidas? Há tantas em torno deste lugar que dá para escrever um livro. Isso é exatamente o que sente um teixeirense quando passa por ela.

As escadarias da prefeitura, o jardim sempre cuidado, as árvores testemunhas de tantos namoros. E os passeios de pedras de mosaico português em forma de ondas pretas ou brancas? Quem nunca pulou?

Como não recortar a sorveteria O Pilão, o trailer Pilequinho, ponto de parada para quem saía das festas e shows, o Gauchão lanches e tantos outros estabelecimentos situados no local, testemunhas dos primeiros porres de muitos.

Também não dar para não lembrar do escurinho perto da Seringueira, quem nunca aproveitou com alguém durante à noite? Esta é apenas um pedaço de tantas histórias marcadas na memória de todos os teixeirenses.

Oficialmente ela é a praça Bernardino Figueiredo e foi construída aproximadamente em 1974, na administração do prefeito alcobacense Wilson Alves de Brito, cujas iniciais estão gravadas na praça. Antes já servia de lugar de passeio aos namorados e clientes dos bares próximos.

Na década de 1980, a praça reinou na cidade como ponto de encontro, não só dos namorados e crianças, mas também dos artistas mais atuantes da cidade. Como os artistas do grupo Consciência que promovia todo último domingo de cada mês uma feira artística livre no local.

Grupo que também editou um jornal de nome “Opção” e realizava shows de talentos musicais e montagens teatrais que marcaram os moradores da época. Em entrevista ao documentário “Retrospectiva Histórica de Teixeira de Freitas” de 1996, um dos integrantes do grupo, o pintor Zuca, lembrou que a feira artística realizada na praça era um dos maiores acontecimentos da cidade.

“O grupo opção começou com um jornal e se reunia todo domingo na praça da prefeitura. Lá era realizada uma feira onde todos os artistas da região eram convidados. O grupo era superinteressante, fazia arte por amor.”

Até o ano de 2008 a praça foi o lugar onde os moradores ficavam à espera da apuração das urnas das eleições municipais e de comemorar as vitórias da seleção brasileira na copa do mundo, uma grande multidão se formou em volta da praça em 1998 para comemorar a estreia vitoriosa da seleção na Copa da França em 1998 e ,em 2002, para comemorar a conquista pentacampeonato.

Durante algumas manifestações do movimento Vem pra rua, ocorrida no dia 25 de março de 2013 e contra as reformas trabalhistas do governo Temer em 2017, dentre outras, a praça foi o local de encontro dos manifestantes. Na atualidade, mesmo não sendo a mais procurada no domingo, a Praça da Prefeitura continua a acolher os cidadãos teixeirenses no sete de setembro e nas feirinhas e eventos organizados no local.

Diante do exposto, afirmo, a Praça da Prefeitura é um lugar de memória que historicamente serviu a coletividade, por isso todos os moradores da cidade devem ficar atentos à sua conservação e valorização.

Fontes:

BANCO DO NORDESTE, As origens. Teixeira de Freitas, Fortaleza – Ceará. P.05-07, Janeiro 1986

RESTROPECTIVA. Histórica de Teixeira de Freitas. Direção Geral; Alberto de Freitas e Zé da baiana. Suporte: DVD (45 min) Ano: 1996.

Memória pessoal de momentos vividos na Praça da Prefeitura.

Daniel Rocha da Silva*

Historiador graduado  e Pós-graduado em História, Cultura e Sociedade pela UNEB-X.

Contato WhatsApp: ( 73) 99811-8769 e-mail: samuithi@hotmail.com

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Foto :1985.

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